O mistério da toalha das mãos

O meu pai era sempre o primeiro a acordar e a despachar-se lá em casa. Depois normalmente era a minha vez. Arrastava-me da cama. Cambaleava sonambulamente até ao chuveiro com esperança de que um banho me activasse o sistema... o eterno problema de acordar. Bom, mas isso agora não interessa nada!

Ao chegar à casa de banho (todas as manhãs) já uma tarefa me esperava: dobrar e pendurar correctamente a toalha das mãos que se encontrava "largada" no toalheiro. Depois do banho e afins lá ia revestir o estômago preparando-me para mais um dia de trabalho. Até aqui nada de entusiasmante nesta história, dizem vocês.

O meu pai entretanto saía para o trabalho. Lá ia eu novamente ao banheiro e mais uma vez: dobrava e pendurava correctamente a toalha das mãos que se encontrava "largada" no toalheiro. "Que raio! Mas eu arrumei isto", pensava.

Chegado o almoço. Passagem rápida pelo banheiro. Lá estava ela de novo toda contorcida. Eu dobrava e pendurava-a correctamente no toalheiro. "Bolas, será que é tão complicado deixar a toalha como a encontram!?", murmurava.

Este mistério desvendou-se rapidamente por exclusão de partes. Mesmo com avisos diários o meu pai tinha a capacidade de nunca deixar a toalha arrumada... Não é defeito, é feitio, acreditava eu.

Mas nunca suspeitei que realmente fosse um defeito genético!! Não é que na minha casa o Sr. meu marido faz a mesma coisa! Irra! Há aqui um padrão de incapacidade masculina para compreender a "pancada" feminina das toalhas dobradas e arrumadas?? Só pode!